Post by Alves Machado on Nov 8, 2009 7:40:03 GMT -5
Após a implantação de chips nos carros, o que aumentou consideravelmente a arrecadação no país, o estado passou a implantar chips nos recém nascidos. Isso se deu após um longo processo que envolveu inclusive a ridicularização acadêmica de termos como totalitarismo e nazo-facismo que passaram a ser chamados de “visão romântica de história”. Livros como “1984” e “Admirável Mundo Novo”, bem como suas produções cinematográficas, tiveram o mesmo destino. A educação manipuladora da época, aliada ao marketing, impôs a ideia de que o controle do estado era a única maneira de se estabelecer a ordem em um mundo globalizado. E foi assim com o implantado Marvin:
Era um jovem como os outros, mas nasceu após a implementação da lei dos implantes eletrônicos que ficavam no alto da nuca. Isso não lhe causava incômodo algum até um certo dia. Fizera dezoito anos e estava apaixonado por uma jovem de quinze. Passeavam por um parque público quando, num impulso, arrancou uma flor e a deu à namorada. Foram exatos cinco minutos até a chegada dos agentes policiais e a prisão de Marvin. Acusação? Furto e dano ao patrimônio público. Na delegacia distrital descobriram que era reincidente: lesão corporal em briga na escola aos 10 anos de idade (deixou o colega de olho roxo e escoriações pelo corpo). Tudo incontestavelmente registrado no seu chip. Aguardou o julgamento preso.
No tribunal do júri, novo espanto do rapaz diante da acusação adicional de abuso sexual de menor de idade (os pais desconheciam o relacionamento). Nas mãos do jurado, um release, nada favorável ao réu, informava-os sobre seu mau comportamento na escola e envolvimento com álcool. Tudo incontestável, já que registrado pelo seu chip. O estado passava naquele momento por uma política de intolerância e, dessa forma, pedia-se pena máxima para todos os crimes:
- Furto simples: 4 anos;
- Dano ao patrimônio público: 2 anos;
- Abuso sexual: 15 anos;
- Total: 21 anos de reclusão.
Marvin cumpriu o regime fechado na residência dos pais por dez longos anos, tendo obtido liberdade condicional após esse período. Quando procurava emprego, no entanto, não passava da sala de espera, de onde os entrevistadores já rastreavam as informações do seu chip. Por fim, foi beneficiado por um programa estatal de emprego e nele amargou toda a sua humilde vida. Ao falecer, seus dados foram simplesmente arquivados, para apodrecerem em um banco de dados inativos.
Era um jovem como os outros, mas nasceu após a implementação da lei dos implantes eletrônicos que ficavam no alto da nuca. Isso não lhe causava incômodo algum até um certo dia. Fizera dezoito anos e estava apaixonado por uma jovem de quinze. Passeavam por um parque público quando, num impulso, arrancou uma flor e a deu à namorada. Foram exatos cinco minutos até a chegada dos agentes policiais e a prisão de Marvin. Acusação? Furto e dano ao patrimônio público. Na delegacia distrital descobriram que era reincidente: lesão corporal em briga na escola aos 10 anos de idade (deixou o colega de olho roxo e escoriações pelo corpo). Tudo incontestavelmente registrado no seu chip. Aguardou o julgamento preso.
No tribunal do júri, novo espanto do rapaz diante da acusação adicional de abuso sexual de menor de idade (os pais desconheciam o relacionamento). Nas mãos do jurado, um release, nada favorável ao réu, informava-os sobre seu mau comportamento na escola e envolvimento com álcool. Tudo incontestável, já que registrado pelo seu chip. O estado passava naquele momento por uma política de intolerância e, dessa forma, pedia-se pena máxima para todos os crimes:
- Furto simples: 4 anos;
- Dano ao patrimônio público: 2 anos;
- Abuso sexual: 15 anos;
- Total: 21 anos de reclusão.
Marvin cumpriu o regime fechado na residência dos pais por dez longos anos, tendo obtido liberdade condicional após esse período. Quando procurava emprego, no entanto, não passava da sala de espera, de onde os entrevistadores já rastreavam as informações do seu chip. Por fim, foi beneficiado por um programa estatal de emprego e nele amargou toda a sua humilde vida. Ao falecer, seus dados foram simplesmente arquivados, para apodrecerem em um banco de dados inativos.